sábado, 12 de outubro de 2013

Um príncipe na Mooca



Diante da onda avassaladora de fatos relacionados com homofobismo, homossexualismo, pederatismo, com as múltiplas apresentações de peças, shows, telenovelas, radiofonizações de caráter atrativo e pedagógico, explorando estes segmentos, lembrei-me de fatos que, na época não dei a importância devida, mesmo por que, não era muito apropriado a menção  desses fatores em qualquer redação ou menção em papos de esquinas.

Pelos jornais e revistas, pode-se sentir a enorme diferença  nas publicações entre aquela época,  (1940\50\60), e atual, a recorrência de termos que, outrora, por tabus ou receios da opinião pública,  não havia abuso. Simplesmente o redator recorria a um sinônimo ou, eufemisticamente mencionava, num texto qualquer,  rebuscava toda a seqüência da crônica afim de fugir da palavra correta mas, ofensiva aos leitores alheios a esta “ousadia”.

Com a permissão dos amigos leitores, vou  recorrer ao tempo verbal, presente, o que pretendo contar.
Todos os nomes citados são fictícios, por motivos óbvios e pra que eu tenha um pouco mais de liberdade. 

Pois bem, por volta dos anos da década de 1950, na eminência de casar, trabalho numa empresa de embalagens, Shellmar, empresa americana, que esta localizada na rua Pres. Batista Pereira, travessa da av. Presidente Wilson, entre a Moóca e Vila Prudente, conhecida como “ilha do sapo”,  na função de  desenhista. Como vizinhos, temos  uma indústria relativamente nova, a Kibon, fabricante e distribuidores de picolés, popularizando a venda em carrinhos, como fazem atualmente os ambulantes de guloseimas destinadas às crianças.
Temos, também,  a Lorenzetti, Arno, Cia Antártica e outras empresas de porte.

Na Shellmar, no setor de desenho, somos três funcionários, com a grande artista Anna, alemã  que relata a nós, as atrocidades sofridas na Alemanha, perseguida que foi por ser judia. Muito simpática, mas enérgica nas atividades correlatas, como  chefe da seção. O setor de gravação de cilindros, tem, como chefe, o gravador suíço, Sr. Henri, altamente técnico, favorecido pelo empirismo,  adquiridos em seu pais.
Os auxiliares do Sr Henry, são três, o Joaquim, com mais experiência é o imediato do chefe e os outros dois rapazes,  aprendizes. Os dois aprendizes, Edson e Ademir, são negros, o Joaquim, não. Poucos meses se passam pra eu ficar sabendo que o Sr. Henry é homossexual, tem visceral preferência por negros, como parceiros e os dois aprendizes, Edson e Ademir,  são tratados com todo cuidado, respeito, carinho e paparicados por ele, sr. Henry. Os dois membros do pequeno harém do Sr. Henry, são simpaticíssimos, educados e muito bem asseados, com vestimentas muito bem selecionadas, só da “A Exposição”.

O ambiente é sempre bem amistoso, há bons papos e boas situações irônicas, como o que aconteceu com um porteiro, Benedito, negro, alto, quase dois metros de altura, mas de uma simpatia quase infantil, tanto é sua inexperiência dos fatos da vida atual. Um dia, passo por ele e noto que está com uma lâmina apontando o que parecia ser um lápis. Ele me pergunta: “Seu Mudesto, meu lápis num escreve mais, acabou a ponta e não encontro mais o grafite, por mais que tento cortar essa madeira tão dura... o Sr. pode ver se consegue?”  Logo vi que o que ele tem em mãos é a recém lançada caneta esferográfica, sem gozação, conto a ele e ele fica admirado.

Um dia desses, soubemos que foi contratado mais um gravador, de nome Waldemar Costa, moço de uns 27 ou 28 anos, também negro.
Fomos apresentados, o Waldemar é muito simpático, educado tem, nas palavras proferidas, algo que foge um pouco do português comum. Exprime bem termos poucos usuais, delicada e corretamente, sem fugir de uma conversa sobre qualquer assunto.  É delicado nos gestos, nobre nas atitudes, de uma bondade sem igual, sempre pronto a servir quem dele precisasse.

Como fanático leitor de contos policiais e de mistério,  minhas eternas suspeitas de haver algo de, não errado, mas diferente nos dias que seguem, vou a fundo. Converso com Waldemar e ele se abre comigo.  “Modesto, não sou brasileiro, sou africano, meu nome, Waldemar, é o que recebi na pia batismal da igreja católica da Moóca, onde moro. Meu nome é Faissal, sou um... príncipe, descendo de  família imperial. Meu pai, preso pelo rei Farouk, está sendo julgado por posse indevida do protetorado de sua responsabilidade.
Meu tio, irmão do meu pai, foi fuzilado, perdemos nossos bens e fugimos, eu e minha mãe, viemos para Brasil. Minha mãe, não resistiu a separação, faleceu algum tempo atrás. Estou sozinho aqui, aprendi a gravação graças a minha mãe que gozava de boas amizades, não quis ser mais muçulmana, pra mudar meu nome, fui batizado com o nome cristão, Waldemar.”




Por Modesto Laruccia

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Retornando

Olá, amigos autores e leitores deste blog!
Estamos voltando com as postagens dos textos preciosos de todos os autores e colaboradores deste humilde espaço, que tem como objetivo divulgar as belezas e peculiaridades de Sampa, sob a ótica dos próprios autores.
Nossa ausência se deu por excesso de trabalho profissional que nos levou a muitas viagens fora de Sampa. Mas, agora, já mais tranquila pela finalização de todos os projetos de 2013, posso atualizar o blog.

Conto com a valorosa colaboração de todos vocês e, também, com a presença e comentários em todos os textos.
Estou aguardando a foto da pequena Helena, filha de Marcos Aurélio e Isabel, nascida recentemente.

No mais, deixo-lhes com o texto de nosso querido Arthur, logo abaixo.
Com meu carinho de sempre.
Muita paz! Beijosssssss

Sonia Astrauskas

É Campeão!



Ser corintiano é ser consciente
Que sempre ter-se-á pela frente
Muitos radicais opositores,
Que são também como nós
Fanáticos torcedores
De outros times rivais.
Que sempre estarão unidos,
Para  torcer contra nós.

É também estar consciente
Que teremos muitas alegrias
E até algumas tristezas,
E por fim, tal e qual acontece agora.
Chegaremos a grandes vitórias,
De um titulo Mundial.
E então como melhores do Mundo
Sentir que aqui nesse planeta
Não existe nenhum esquadrão
Melhor que o nosso TIMÃO.

Ganhamos o Brasileirão
Invictos a Libertadores
E também esse Mundial,
E se um dia houver um campeonato
Na lua ou em outro planeta qualquer.
A fiel vai estar lá presente
Seja lá onde for
Haverá invasão corintiana
Com uma bandeira na mão
Esse enorme Bando de Loucos
Irão gritar como poucos
Em frente! Oh, poderoso Timão.

Depois desses anos seguidos
De magoas e desilusões,
Muitos horríveis apelidos
Tivemos que suportar.
Faz-me rir, arroz brejeiro,
Tou limado, e até o tal Gambás.
Mais o castigo dessa tal segundona,
Fazendo a Fiel toda chorar.
Então veio essa volta por cima.
A libertadores, e também o Mundial

Nosso time rodou a baiana
A atual Nação Corintiana
Verdadeiro Bando de Loucos
Tomou de assalto o Japão
Trazendo lá do estrangeiro
Para o nosso torrão brasileiro
Esse titulo de Campeão.

E agora essa festa nas ruas
de nossa bela capital
é o Corinthians nos braços do Povo
com o titulo de Campeão Mundial,
nessa bela manhã paulistana
o preto e branco domina a cidade,
são crianças, jovens e adultos
alegria jamais teve idade.
todos querem saldar o Corinthians
e gozar essa felicidade.
Gritando bem no meio da rua!

È !!!  CAMPEÃO.




Por Arthur Miranda (tutu)