domingo, 1 de julho de 2012

Mário Luiz, um amigão de infância

imagem: Shopping Bourbon - Pompéia

Fomos criados praticamente juntos, brincávamos, fizemos a primeira comunhão, estudamos, crescemos, fizemos o alistamento militar, fomos à auto escola e tiramos a carteira de habilitação juntos. Depois em 1960, Mário e seus pais deixaram a Freguesia do Ó, foram morar na Pompéia.
Ficou um imenso vazio no cotidiano de minha vida, aquele amigo de tantos anos, passou a fazer muita falta, mesmo ele sendo um doente palmeirense e eu tremendo corintiano, por seis meses eu senti a ausência tanto dele como a do seu irmão um fanático são paulino também meu querido amigo.
Com o tempo fui me adaptando e fazendo novas amizades por fim em 1977, também deixei a cidade passando então a viver por longos 28 anos em Campos do Jordão, depois mais três em Taubaté até estacionar aqui em Lorena, onde moro hoje em dia.
Amando muito São Paulo e morando a menos de 200 quilômetros distante da mesma, está claro que visito à nossa querida São Paulo praticamente todos os meses.
Assim às vezes passeando em São Paulo, visito parente, revejo os poucos amigos de infância que assim como eu ainda permanecem heroicamente nessa vida, mesmo com o achatado salário de aposentado do INSS.
No ultimo mês de maio estive em São Paulo e andei pelo centro velho, Praça Ramos, Sete de Abril, Vinte Quatro de Maio, Praça da Republica, AV. Ipiranga, Av. São João, AV. Duque de Caxias, depois cansado de bater perna matando saudades e recordando velhos locais onde existiram os antigos Cinemas, que durante os anos dourados de 50 e 60, saciaram minha sede de cultura e diversão. Resolvi então pegar uma borracha (como se falava na gíria dos velhos tempos, com referencia a andar de ônibus) e assim acabei chegando ao bairro de Pompéia, bem ao lado das ruínas do velho Parque Antártica na Rua Turiassú.
Ao entrar no Shopping Bourbon, vejo um senhor ostentando um largo sorriso, na hora falei comigo mesmo, meu Deus! Posso estar enganado, mas esse cara é o Mário.
Fui andando passo a passo atrás dele, tentando ter mais certeza e então parei ao seu lado fazendo a clássica pergunta:
-Diga-me, por favor, seu nome por acaso é Mario. (Pela resposta eu vi que era ele mesmo).
-É sim me respondeu sorrindo, mas não é por acaso.
Notei que o mesmo não me reconheceu, pudera depois de 35 a 40 carnavais passados...
Falei. -Sou o Tutu! Lá da Freguesia do Ó.
Reconheceu-me na hora. -Tutu, quanto tempo. E então fomos tomar café, e batemos aquele papo represado há tantos anos, falamos dos filhos, dos netos da família, e foi então que o Mário me contou uma incrível e hilária historia de uma viagem que ele fez no feriadão de primeiro de maio para a cidade de Avaré.
Repasso a mesma aqui, para o deleite de todos os nossos amigos aqui desse famoso e querido Site:
Mário resolveu alugar uma casa ao lado de uma represa em Avaré, e assim passar o feriadão do Dia do trabalho "trabalhando" o dia inteiro a beira da represa juntamente com sua esposa Marly.
Como sua sogra decidiu passar o feriadão com eles, Mário acabou incluindo a mesma nesse passeio.
Na hora da partida de São Paulo a sogra alegou que não estava muito bem e que se não fosse incomodo para ninguém dava preferência para fazer a viagem no banco dianteiro, à filha dela então atendendo ao pedido de sua mãe, foi para o banco de trás e a sogra, sua mãe ficou no banco dianteiro junto ao motorista.
Saíram da Vila Pompéia às 10h. da manhã, pegaram o viaduto Sumaré, passaram ao lado do Shopping West Plaza - Barra Funda, chegaram a marginal Tiete e rumaram para a Rodovia Castelo Branco, e daí Osasco, Carapicuíba, Barueri, parando em um restaurante na altura de Sorocaba para almoçar.
Depois seguiram viagem e ao chegar perto de Bofete, um guarda parou o carro e aconteceu o seguinte dialogo:
-Seus documentos, por favor. O senhor estava a 130 km/h e a velocidade máxima nesse trecho é de 100!
-Não, seu guarda, eu estava a menos de 100 com certeza.
(mas a sogra, ao lado corrige:).
- Ah, Mário o que é isso! Você estava a 130 ou mais.
-Mario olha para a sogra P da vida e ela continua:
-E tem mais uma coisa, a sua lanterna direita não está funcionando...
-Mário (com um sorriso amarelo fralda) - Minha lanterna? Pô eu nem sabia disso, deve ter pifado depois que eu entrei na estrada lá em São Paulo...
(Porem, a sogra insiste:).
- Ah, Mário, por favor, que mentira! Você vem falando a várias semanas que precisa arrumar um tempinho e mandar consertar a lanterna!
Mário está com uma cara parecida com a de torcedor palmeirense, depois do segundo gol dos reservas do CORINTHIANS. E então fulo da vida disfarçadamente faz sinal para que a mesma fique quieta.
-E o senhor está sem o cinto de segurança?
-Mas, seu guarda, eu juro que estava com ele. Eu só tirei para pegar os documentos que o senhor me pediu.
- Ah! Mário, essa não! Você nunca usa esse cinto!
Mário não se contém e grita para á sogra:
- Cale essa boca, sua Bocuda!
O guarda se inclina e pergunta amavelmente para á senhora:
-Ele sempre grita assim com a senhora?
-Não seu guarda; só quando ele está bêbado!
Moral da Historia:
Se Beber Não Dirija, ou Jamais Leve a Sogra. 

Por Arthur Miranda

6 comentários:

marcia ovando disse...

Arthur que maravilha de encontro seu e do amigo de infãncia Mario, deve ter sido emocionante.Amigos de infãncia...tão distantes ...e sempre tão presentes !
E aí quando vocês virão para Campos do Jordão?

grande abraço

Miguel S. G. Chammas disse...

Amigo Tutu, mais um te3xto cheio de comicidade que lhe é peculiar.
Acho que teu amigo poderia fazer um sogracídio.
Valeu!

Laruccia disse...

Pois é, Tutu, quando se vai passear e levar a sogra, deve-se agradecer a Deus por te-la levado, ela é sua conciência, nunca vai te deixar sem respostas nas mais enrascadas conversas com seguranças. Depois, durante o trageto, pare num restaurante de beira de estrada, enquanto ela (a sogra) vai a toilete, entre no carro e deixe ela lá. Mais tarde vc diz a ela que seus esquecimentos se agravaram de tal forma que, não estando ela presente para lembra~lo, esqueceu-a totalmente. Parabéns pela crônica, Arthur.
Laruccia

Anônimo disse...

Tutu cada um tem a sogra que merece. este teu amigo matou muito passarinho quando criança.
Grande abraço
Marcos Falcon

leonello tesser (Nelinho) disse...

Tutu, como sempre o teu senso de humor é sensacional, esse teu amigo deve ter batido muito em criança na vida anterior para ter uma sogra assim, abraços, Nelinho.-

Zeca disse...

Arthur!

Depois da leitura de mais uma das suas deliciosas crônicas, só me resta agradecer por não ser aquele seu amigo, pois acabaria indo parar no xilindró por sogricídio.

Abraço.