segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Uma fábula a respeito do surgimento de uma doença ainda incurável



1967, o professor Barnard realiza o primeiro transplante da história com relativo êxito. O paciente resiste por poucos meses, o problema de rejeição se manifesta de imediato e, na esteira dessas ocorrências, os grandes laboratório iniciam pesquisas, numa maratona surda mas, de grande intensidade e repercussão. Um desses laboratórios é o Globus.
Pois é, Belinha meu bem, nossa situação piorou de vez... perdi o emprego nas docas, que não é lá estas coisas em matéria de salário mas, dá pra gente sobreviver.
E agora com a chegada do nosso filho... como vai ser, Mauro, não consigo arrumar como doméstica por causa da gravidez e o máximo que consigo é cuidar da pequena horta pra abastecer um pouco nossa mesa.
Sou moço, ainda, vou a campo encontrar um lugar que precisam de gente forte... essa política do Salazar de priorizar a metrópole em detrimento das colônias, graças a Deus está no fim. Bem ou mal, Angola vai, aos poucos, se emancipando e em breve seremos um pais forte no contexto africano.
Na Africa do Sul, Johanesburgo, repercute o grande feito de Barnard, os transplantes são aplaudidos pela classe médica em todo o mundo e bem recebidos pela população que, na dependência de restauração de um determinado órgão, uma esperança se avizinha com a substituição simples desse órgão por outro cedido por doador ou simplesmente, obtido de outra pessoa morta, restando, ainda, o entrave da rejeição.
E aí, Mauro, conseguiu alguma coisa? Nada, Belinha, essa merda de situação... não sei até quando vai nos infernizar. Aquilo que te propus, há uns meses, de irmos pro Brasil...
Não sei, não, Mauro, se fosse pra metrópole, vá lá mas...pro Brasil, muito es
tranho e longe, além disso, onde vamos arranjar dinheiro pra viagem... e agora, dentro de três meses vai nascer nosso filho.
Eu sei querida, não descuido disso, não, se estabelecermos uma meta vou me virar de todo jeito pra arrumar a grana. Olha, vamos ver se você concorda. Precisamos ir embora, arrume emprego ou não e pelo futuro do que vai nascer, aqui não quero ficar mais... como prioridade estabelecemos Brasil. Ouvi dizer que em São Paulo as oportunidades são muitas e boas. Se não der certo, Lisboa é a escolha. Que é que você acha...
Também ouvi muita coisa sobre o Brasil, mesmo idioma e o cidadão português se sente em casa mas, meu amor não esqueça de que somos negros e ...
Nossa mãe, Belinha, como você esta por fora... o Brasil, uma das maiores populações de negros do mundo...
Eu sei, eu sei, não sou tão estúpida assim... você já teve a curiosidade de saber como vivem os negros lá... não, é claro.
Pelo menos, melhor do que aqui.
Ainda se ouve ecos dos movimentos estudantis na França, o Brasil caminha para o terceiro aniversário da queda do governo civil e os militares ocupam o pais dando uma verdadeira cassada aos partidos de esquerda, chegando a medidas que resultam em mortes nem sempre bem explicadas. Barnard continua suas pesquisas, fazendo transplantes e cuidando sempre do problema da rejeição, que com o passar do tempo vai se aperfeiçoando. Aos candidatos acena com a esperança de que, não havendo cura para seu mal, o transplante se torna uma salvação precária, mas, com a certeza de se encontrar a droga inibidora da rejeição, em tempo hábil.
Ana Paula chega cedo a casa onde se localiza o Projeto Esperança. Vai fazer seu turno matinal, antes de seguir para a escola estadual, onde leciona história, na parte da tarde.
Doroti, estou vendo carne na geladeira, quem trouxe?
Foi o seu Dionísio, o colaborador mensal; veio ontem, no fim da tarde e trouxe, também um pacote de goiabada.
Ah, já sei, Dionísio, bom coração. Ainda bem que ainda temos pessoas como o senhor Dionísio, que colaboram com o Projeto.
Projeto Esperança, casa de caridade, fundada no ano de 1988, há mais de 20 anos, pelo padre Aníbal, professor de medicina na USP, agora lecionando na UFRJ. A entidade, criada quando a AIDS estava em grande expansão, se tornando quase uma epidemia e marginalizando completamente os infectados com o vírus HIV. Boa parte desse contingente, vai bater as portas do Emílio Ribas, chamado Hospital de Isolamento que, com problemas de acomodações, pacientes terminais são enviados ao Projeto Esperança, principalmente os abandonados por suas famílias.
Amparado parcialmente pela prefeitura de São Paulo, administrado e dirigido por pessoas da região, Jardim Bonfigliolli, que sem nenhuma remuneração emprestam seu tempo, graciosamente, em prol desses pacientes, num precário gesto de respeito à ética e à dignidade humana, mantendo-os alimentados, limpos, vestidos e medicados, com doações de roupas, alimentos, remédios, etc, de pessoas e outras entidades, fato este que ocorre até hoje, ano de 2010.
Mauro Gonçalves e Bela Cintra Gonçalves, casal de 23 e 19 anos, respectivamente, 2 de casado, vivem as agruras do desemprego, com escolaridade pouco acima do básico, vivendo numa Angola em fase de emancipação, em 1967. Mauro tenta a escola profissional pra melhorar seu aprendizado no segmento de mecânica, não consegue grandes coisas e Belinha tenta trabalho como doméstica, obrigada a deixar por causa da gravidez.
Belinha, eu li em jornais há alguns dias, que tem um laboratório oferecendo emprego temporário. Não especificam nada sobre o serviço, apenas que só darão orientação aos interessados, pessoalmente. O laboratório é o Globus que fica num município não muito distante daqui, e eu vou até lá. Afinal, não tenho nada a perder.
Que é que pode ser, Mauro, eles pedem alguma especialidade?
Não, querida, apenas que tenha idade de 20 a 30 anos, melhor se casado, boa saúde, sem problemas com justiça e nenhuma pendência jurídica sobre dívidas e outros entraves.
Bem, de fato não custa nada tentar, né? A única coisa que me incomoda é o “temporário”, Mauro, será que...
Não sei Belinha mas, estando lá dentro é mais fácil conseguir alguma coisa... e se eu conseguir a vaga, bem entendido, vamos ver, vou até lá.
Antonieta, você já limpou os quartos e o banheiro? Veja bem que ontem um paciente se sentiu mal e vomitou no quarto e banheiro e precisamos desinfetar muito bem os ambientes. Por favor, não economize detergente, esfregue bem, tá?
Tá bem, dna. Doroti, pode deixar comigo... a senhora e a professora Ana Paula podem confiar em mim... vocês me dão a oportunidade de fazer alguma coisa em benefício dessa pobre gente e eu, sem muita escolaridade pra fazer outra coisa, cuido da limpeza, não vou e nem quero decepcioná-las.
Confiamos sim, Antonieta e agradecemos sua dedicação.
Eu é que tenho de agradecer, a senhora, respeitosa e educada, boa com todos. E a professora Ana Paula, que bondade, que ternura que ela tem com os pacientes, meu Deus, ela chega a chorar por eles... pode-se dizer que ela é uma negra de alma branca, não é verdade dna. Doroti?
Por favor, Antonieta, nunca mais repita isso, principalmente na frente da professora. Sei, você não falou por mal, não tem maldade alguma mas, a gente deve ter em mente que não se deve conceituar as pessoas baseadas na sua raça, credo, posição social e muito menos pela cor de sua epiderme. Se assim fosse, diríamos que um branco, safado, crápula, mentiroso é sempre melhor do que um negro honesto, de boa índole e caráter reto, não é mesmo?
É mesmo, dna. Doroti, a senhora tem razão... é que a gente ouve falar assim e repete, como papagaio, sem saber o que está falando. Desculpa, nunca mais vou repetir isso.
Então, como foi a entrevista, Mauro.
Pois é, querida Belinha, a coisa é muito boa, fui aprovado mas, tem um agravante: um risco, que não é pequeno mas, acho que vou aceitar.
Pera aí, que risco é esse, meu Deus.
Vou te contar... em resumo é para servir de cobaia para novos medicamentos a serem lançados. Eles, o laboratório, me dão todas as garantias possíveis, assistência médica pra mim, você e também ao nenê, quando ele nascer e com seguro de vida. Ficarei sob os cuidados de toda a equipe de pesquisadores, observando minhas reações, comportamento, meu apetite, minha sede e até minha satisfação sexual, com você, evidentemente. Ficaremos como num hospital de luxo, sem nada pra fazer, apenas passeando pelo bosque anexo ao prédio, lendo, assistindo filmes numa sala especial, praticando alguns esportes enfim, numa vida boa, por 3 ou 4 meses, se tanto. Eu e você.
Tudo isso, pra ganhar quanto?
Ah, aí esta o melhor, vou ganhar mais do que o suficiente pra irmos para o Brasil e ainda sobrar um bom dinheiro pra começar um negócio qualquer.
E até quando eles esperam pra você dar uma resposta?
Bem... Belinha... é que...eu... eu... já dei.
As notícias sobre o primeiro transplante de coração no Brasil, em 1968, um ano após o sucesso de Christian Barnard, do professor de medicina da USP doutor Euryclides de Jesus Zerbini confunde-se com as da Aids, tragédia surgida simultaneamente com os transplantes. Os sintomas de um recém transplantado é a forte rejeição do corpo estranho, onde a ciência trabalha arduamente em busca de uma droga que iniba essa rejeição.
O maior e fatal problema do aidético é a total incapacidade de defesa do seu organismo, onde um simples resfriado o leva a morte.
Está quase no fim, querida. Mais alguns dias e acabam nossas férias. Depois de quase 100 dias nessa vida boa acaba, Belinha. Vou entrar na grana e providenciar nossa viagem, sem perda de tempo.
Mas, você não quer desistir, querido.
Por que você diz isso, Belinha, será que ainda preciso te falar mais dos benefícios que nossa filha terá nessa mudança?
É por ela que me preocupo, Mauro, aqui, bem ou mal se vive conforme nossa capacidade e lá, como será. Falar nisso, que tipo de medicamento testaram em você, afinal você foi cobaia e, pelo menos tem o direito de saber o que foi inoculado no seu organismo.
Sim, querida, eles me deram uma pálida idéia dessa droga. É um inibidor de rejeição, voltado principalmente aos pacientes de transplante. Não podem entrar em maiores detalhes por questões econômicas e muito em breve vai haver um congresso e ai, sim teremos tudo, detalhadamente.
Bom dia, Doroti, hoje estou bem disposta pra trabalhar. Chegaram mais algumas doações? Precisamos de muito alimento, principalmente carne, pois roupa, legumes e verduras estamos bem abastecidos. Cereais ainda carecem um pouco; material de limpeza, também precisa ser reforçado.
_ Bom dia, Ana Paula, muito me alegra sua disposição. Vamos providenciar tudo. Já temos a promessa do casal Moreira e do casal Venturini, de cobrir estas faltas. Sempre que alguns itens estão em falta eles me pedem que eu os comuniquem. Mudando um pouco de assunto, Ana Paula, estou , deveras curiosa de saber alguma faceta de sua vida, se é que você quer entrar na questão. Conheço você já há 6 ou 7 meses e, apesar de você falar um português corretíssimo, sua dicção trai um pouquinho uma certa influência de origem que não sei explicar do que.
Não existe nenhum segredo, Doroti, sou mesmo nascida em Angola, em 1968, na época, possessão portuguesa. Meus pais, vieram ao Brasil em fins de 1969. Tão logo chegando em São Paulo, arrumaram empregos com meus pais adotivos, Antero Antunes e Virgínia Lemos Antunes. Ele, já falecido há três anos, tinha, na época, uma padaria onde meu pai trabalhava e na residência do casal, minha mãe era a doméstica, num arranjo ideal para meus pais. Não cheguei a conhece-los pois eles morreram 2 anos após chegarem ao Brasil. Tinha só pouco mais de dois anos. Dona Virgínia acabou de me criar, com mais dois filhos, um casal. Foi como minha mãe natural havia sonhado e que ela não teve tempo sequer de me ver crescer.
Virgínia, que a amo como mãe, mesmo, e sou grata a ela e ao sr. Antunes, um homem que foi em vida meu verdadeiro pai. Agradeço a eles e a Deus, a educação que me proporcionaram.
Você perdeu seus pais muito cedo, Ana e os dois quase que simultaneamente; pelo que você falou, seu pai faleceu em maio de 1971 e sua mãe em outubro do mesmo ano. Seria um amor tão grande que sua mãe não resistiu?
Não, Doroti, minha mãe era muito jovem, bem formada apesar da pouca escolaridade. Amou meu pai ardentemente, sim porém, não a ponto de desesperar-se pois, o amparo e carinho que meus pais adotivos lhes deram foi suficiente para ela aceitar o desenlace.
E sua mãe ficou um pouco mais conformada...
Nos poucos meses que viveu sem meu pai, teve tempo e iniciativa de me deixar uma carta explicando, do ponto de vista dela, o que detetou como sendo a causa da morte de meu pai e, mais tarde a dela. Essa carta ficou aos cuidados de minha mãe adotiva pra ser aberta e lida por mim quando adquirisse uma boa formação, o que ocorreu quando de minha formatura no colegial. Venha em casa no próximo sábado, meu marido vai jogar futebol com os filhos e nós ficaremos a vontade. Leio a carta e, também vou dar minha versão a respeito.
Entre, Doroti, fique a vontade... Preparei café com rosquinhas, está frio e apetece um lanchinho assim.
Está ótimo, Ana, a curiosidade aumentou tanto que...
Tá bem, Doroti, esta é a carta, veja, está datada em julho de 1971, dia 12, e começa assim:
“Querida filha Ana
Escrevo esta porque não vou viver muito, quem sabe, nem conhece-la melhor. Sei disso porque sofro do mesmo mal que seu pai, que morreu mais amargurado ainda por não ter a felicidade completa de abraçar e beijar sua filha, já crescida.
Pra conseguir dinheiro e fazer a viagem, seu pai arranjou um trabalho de alto risco, submetendo-se a servir de cobaia pra um laboratório, em Angola, pouco antes de você nascer. Ele aceitou porque o ganho era mais do que o suficiente pra viagem. Você nasceu e em seguida embarcamos para o Brasil, gozando de boa saúde, os três.
Quando se deu o falecimento, seu pai com 24 anos, moço forte, vinha apresentando um estado de debilidade física incrível, não podia apanhar um resfriado. Quando isso aconteceu, imediatamente se transformou em gripe e mais alguns dias, pneumonia. Seu Antero não media esforços com médicos, remédios e hospitalização, deixando a equipe médica do Hospital Beneficência Portuguesa atônitos porque não conseguiam detectar a causa do mal. No atestado de óbito, antes de eles assinarem, me fizeram muitas perguntas sobre hábitos e costumes do Mauro. Se ele era viciado, se tinha amantes, se ele fizera, recentemente, alguma transfusão de sangue, se eu suspeitava de ele ter relações sexuais com prostitutas ou com outros homens. Neguei tudo, é claro, seu pai sempre foi um homem correto, decente, muito apegado a família, de princípios rigorosos, nunca pensaria em comprometer a nossa saúde com essas aventuras. Sempre confiei nele.
Lembro que, pouco antes de falecer, seu pai me segredou que os sintomas que ele sentia eram idênticos aos que sofrem dessa nova epidemia, que se alastra por todo o mundo: a Aids, cujo principal e fatal sintoma é a falência total do sistema imunológico, a defesa natural do corpo humano. E era, justamente o sintoma da vacina que seu pai tomou ao se submeter como cobaia, no laboratório Globus, em Angola.

Nossa mãe do céu, Ana, mas isso é por demais emocionante...
Os principais laboratórios do mundo corriam, na época, atrás de uma droga que eliminasse o princípio natural da rejeição, ocasionada em operações de transplantes. Quem me garante que o teste feito em seu pai, não teve o resultado positivo? E que, depois da droga inoculada, não conseguiram voltar ao estágio inicial na saúde de seu pai? É muita coincidência, minha querida filha... fomos vítimas de uma terrível fatalidade, patrocinada pela ambição desenfreada dos laboratórios. Na esteira das pesquisas, a disputa pra ser o primeiro, arregimentaram pobres e analfabetos pra servirem de cobaia e apresentar a droga, surgia os primeiros casos de Aids. Onde foi feito o primeiro transplante? na Africa; onde surgiram os primeiros casos de Aids? Na Africa; tudo no mesmo ano. Ninguém fala nada, nem imprensa, rádio e televisão. Grandes laboratórios tem muito dinheiro, anúncios comerciais que alimentam a mídia do planeta. Sabe por
que vou morrer agora? Não fui cobaia mas, seu pai, inconscientemente me contaminou com um vírus desenvolvido em laboratório.
Gostaria de beija-la pessoalmente, meu amor mas, isso não vai ser possível. Dê sempre o amparo para seus pais de criação pois, sei que vai acontecer isso, seu Antero e dona Virgínia prometeram que vão cuidar de você. Um doce beijo e um forte abraço de sua mãe. Adeus.
Bela.

Por Modesto Laruccia

8 comentários:

Miguel S. G. Chammas disse...

Modeso, depoimento histórico e escrito com tintas que nunca se tornariam de cor pastel.
Emocionante e sincero, o texto nos leva a pensar melhor sobre o assunto.
Conclusões?
Cada um terá a sua, mas todas, acredito, eivadas de emoção.
Parabés por mais um poema.

Zeca disse...

Modesto,

estou completamente sem palavras! A emoção da leitura foi se apoderando de mim com tal intensidade, que nem sei mesmo o que pensar a respeito.
Trabalhei na Secretaria de Saúde, em São Paulo e, durante um ano participei de uma intervenção na direção do Hospital Emilio Ribas, onde tive meus primeiros contatos com a Aids. Naquela época, os infectados morriam em, no máximo, 6 meses após os primeiros sintomas. Era uma tristeza e, até hoje, muitas teorias sobre o surgimento dessa doença aparecem sem, no entanto, um veredicto final. Essa história, que nos contou com tanta maestria, bem pode ser a explicação desse mal que tem ceifado milhares de vidas, muitas delas na flor da juventude.
É, de toda forma, revoltante ver como as pessoas são manipuladas, não pelo bem da saúde humana, mas pela glória de alguns e a fortuna de poucos. E o ser humano, tratado como simples cobaia descartável quando não servir mais para os experimentos.
Confesso-me chocado com o que acabo de ler!
Parabéns pela coragem desta publicação!

Abraço.

Luiz Saidenberg disse...

Modesto, triste visão de um dos muitos graves problemas da humanidade. Mas, pelo que li, aparecem agora novas esperanças de cura, e um dia tudo isto será apenas mais um terrível lembrança de como somos frágeis, neste tresloucado planeta cruzando os espaços. Parabéns.
Abraços.

Soninha disse...

Olá, modesto, querido amigo!

Que texto fantástico!
Infelizmente, uns tem que morrer para se salvar outors tantos...
São nossos mártires anônimos, que se submetem ao sacrício por mera necessidade econômica, sem saber que poderão pagar com as vidas por este desprendimento.
Mas, as doenças estão aí e a ciência caminha em busca da cura de todas elas...
Sabe, lá na Instituição de caridade da qual fiz parte por 31 anos, lidamos com pacientes de aids também, com atendimento fraterno e com orientação...fizemos cursos, no Centro de Referência em Aidas, para instituições religiosas...foi maravilhoso este trabalho.
Ainda hoje, faço palestras sobre este assunto, em diversos lugares.
Parabéns por seu texto, Modesto.
Valeu!
Obrigada.
Muita paz!

Arthur Miranda disse...

Modesto! Maravilhoso e emocionante essa sua narrativa que toca o sentimento da gente, Parabéns

Nelson de Assis disse...

Modesto.
Sua crônica/relatório é a síntese de tudo aquilo que um dia suspeitamos e
veio à tona com suas cruéis verdades.
Corroboro com cada depoimento de nossos colegas e lamento que estes fatos tenham ocorrido.
Quantos "Mauros' e quantas 'Belinhas"
foram vitimados como humanas cobaias no exclusivo interesse financeiro e comercial.
É o desrespeito para com a raça humana, principalmente para os mais humildes e necessitados das carências sociais.
Apesar do triste relato, sobra-nos a alegria de saber que a Ana, herdou o valor mais importante que um ser humano possa auferir: o amor e a dignidade, somada ao carinho de sua adoção pelo amoroso casal que fizeram as vezes de seus pais.
Nem tudo está perdido nesta vida e o Brasil, mais uma vez, serviu de cenário para este ato de amor e o berço, como não poderia deixar de ser, foi a pioneira São Paulo.
Mais uma pérola com a assinatura de Laruccia.
Forte abraço, amigo.

Leonello (Nelinho) disse...

Modesto, mais uma comovente história que o amigo nos tráz, realmente a ambição humana às vezes não tem limites e vidas humanas preciosas são ceifadas, mas felizmente ainda existem pessoas bondosas que nos ajudam a enfrentar os momentos difíceis, parabéns pelo texto, abraços, Nelinho.

Anônimo disse...

Parabéns pelo texto.